quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

(Diary) Dormir na aula, barulho de obra e música ruim

Maldito seja aquele que inventou o horário escolar!
Por que alguém definiu que as aulas deveriam começar às sete da manhã e acabar uma da tarde? Juro, não importa quem seja, mas é meu arquinimigo. Se é preciso estar em sala às sete, é necessário acordar as seis. Sabendo que nenhum adolescente dorme antes das onze da noite, podemos analisar que o sono é de, no mínimo, sete horas. O indicado pelos médicos é de oito. Porém, não há motivo para dormir cedo. A partir das nove e meia, as redes sociais da internet começam a lotar de pessoas para conversar e na televisão passam os melhores programas. Então somos obrigados a dormir tarde e acordar cedo, tendo um sono mais curto que o recomendado. Isso nos faz acordar com mais sono e entrar em um ciclo vicioso de dormir tarde, acordar cedo e passar o dia com sono.
A solução encontrada foi um básico sono durante as primeiras aulas do dia. Ainda mais se sua classe for daquele tipo calma, com cadeira acolchoada e ar condicionado fresquinho... Está tudo perfeito. Feche os olhos e embarque em horas de sono que você não teve em casa.
Mas claro que aquele infeliz que inventou o horário escolar tinha que inventar mais alguma coisa. E o idiota inventa algo que não vai deixar você dormir. Adivinhem o que é. Quem nunca acordou com o barulho de uma obra atire a primeira pedra.
Aquele infeliz tinha que inventar a britadeira. No lugar de criar algo útil e silencioso, inventa uma máquina gigante e barulhenta. O barulho é tão alto que vai acordar você de seu soninho na aula e te deixar com mais sono ainda, além de uma tremenda dor de cabeça.
E claro, sempre tem aquele aluno que acha que vai solucionar os problemas cantando. Será que alguém poderia ensinar aos jovens que não vivemos no mundo de High School Musical? Cantar não vai solucionar problema algum. Ainda mais se você não souber cantar.
Além de uma voz não muito agradável, aquele ser cantante vai insistir em uma música ruim. No lugar que cantar algum sucesso, vai cantarolar o ritmo de uma canção tosca, como uma cantiga infantil, Restart ou Calypso (embora não haja muita diferença).
O somatório de uma noite mal dormida, uma britadeira em seu ouvido e um maluco cantando no outro resulta em... Notas vermelhas. Viu como tudo é culpa de todas pessoas, menos de nós mesmos?
Por Luísa V. Newlands

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

(Diary) Aristóteles, discussão e manipulação

Durante um dos exercícios da aula de redação, minha professora falou sobre citações em textos dissertativos. Papo vai, papo vem e ela conta sobre um antigo aluno que citava Aristóteles em todas as suas redações. Era evidente que iria fazer fisolofia.
Aristóteles foi um grande físico, químico, filósofo e um monte de coisas da Grécia Antiga. Hoje em dia é aclamado como um grande estudioso, pois foi um dos pioneiros nos princípios da física, química e psicologia. Entendo que deve ser lembrado, afinal, ser o primeiro a estudar o comportamento humano é algo um tanto respeitável. Mas você já parou para pensar como Aristóteles atrasou a ciência? Hoje em dia há cálculos que suas teorias atrasaram a ciência mais de quinhentos anos!
Mas vamos lembrar que seus estudos sobre a mente humana são considerados até os dias de hoje. Talvez seja por isso que o homem tenha uma mania tão característica de questionar tudo o que vê. Muitas vezes, isso irrita. Particularmente, odeio pessoas que não se contentam com nada. Sempre há uma pergunta, um questionamento, uma discussão sem fundamento.
Pior que discutir sem fundamento é ter certeza de que está falando a total verdade do mundo. E para piorar, usar argumentos externos que não tenham cabimento algum! Vi uma discussão esses dias sobre homofobia. Se era crime, se não era... Papo vai, papo vem, algumas pessoas começam a usar citações bíblicas. Dá vontade de rir, não é? Quando não tem mais o que argumentar, pegar textos de fora não irá ajudar em nada a mostrar que sua opinião está certa. Apenas aceite.
E sobre discussões, a mais atual é sobre manipulação da massa. Todos os dias, mais da metade dos brasileiros pára com o intuito de assistir o reallity show da rede Globo Big Brother Brasil. Pode ser divertido espionar a vida alheia... Mas quando a brincadeira passa a ser um assunto sério, como ser motivo de discussões fúteis de manhã... Dá vontade de rir. De novo.
Atualmente o ser humano consegue ser manipulado com mais facilidade do que todos os tempos. Somos bombardeados de informações vinte e quatro horas por dia, sem ao menos questioná-las. Somos obrigados a ouvir que aquilo que a mídia diz está totalmente certo... Pois as discussões, no lugar de estarem voltadas à atualidade, transformam-se em conversas fúteis sobre a festa no BBB ou o jogo da noite anterior.
A conclusão é simples: a geração está perdida. A tendência é de, tempos em tempos, as cabeças ficarem mais alienadas, esquecendo os princípios de estudo do comportamento humano por Aristóteles... Gastando seu tempo discutindo aquele assunto manipulado pela televisão. Seja bem vindo ao futuro.
Por Luísa V. Newlands

(Texto) Por de trás do seu sorriso

Debaixo daquelas engraçadas feições, escondia-se uma expressão má e duvidosa. Debaixo daquele sorriso doce e angelical, escondia-se uma boca com sede de sangue e vingança. Debaixo daquele nariz redondo e avermelhado, escondia-se um olfato sujo e perseguidor. Debaixo daquela peruca colorida, escondia-se uma careca cheia de cicatrizes. Debaixo daquele olhar alegre, escondia-se outro penetrante. Debaixo daquela máscara por ele criada, escondia-se um maníaco.
Enquanto a moça berrava, ele assentia. Um isqueiro aberto fora jogado sobre suas roupas que agora estavam chamuscadas, queimando no fogo que cismava em criptar. Ela debatia-se e ele ria, beijando-a com intensidade enquanto a mesma tentava escapar das mãos mortíferas. Ela não aguentaria a dor por muito tempo, e ele o desejo de possuí-la. Uma simples moça assistindo seus shows naquele velho picadeiro jamais imaginaria que um mero palhaço poderia esconder uma face tão assustadora. Uma moça humilde, um homem perverso. Uma moça medrosa, um homem doentio.
Ela já estava cansada. De sua testa berramava o sangue de um corte que por ele foi aberto. De seu peito a mostra, uma linha escarlate chamava a atenção. O palhaço observou a linha cortada e a chupou com força, como um vampiro prestes a saciar sua fome. A moça berrou, de novo.
Uma faca. Das suas mãos o pavoroso homem a tirou, cortando-lhe jugular e saciando-se por completo. Um maníaco, um viciado em sangue, um louco assassino... Não importa. Ele já saciara sua fome de morte. Agora que tinha sua recompensa... Precisava fazer o seu show.
Por Luísa V. Newlands

domingo, 13 de fevereiro de 2011

(Diary) Canudos dobráveis, videoclipes e rótulos

Hoje parei para pensar como o homem é preguiçoso. Estava eu, comprando uma Coca-cola geladinha quando pequei um canudo. Era dobrável, excelente. Porém, você já parou para pensar como um canudo, principalmente se a pontinha dobrar, pode facilitar sua vida? Você não precisa fazer esforço algum para levantar a lata, o copo ou qualquer outro recipiente. No máximo reclinar para chupar o que tiver dentro pelo canudinho de plástico. E com os reclináveis, não é preciso sem mexer o pescoço para beber. Ele vai até você. Prático, não? Ou o extremo da preguiça?
Falando em preguiça... Existe programa melhor do que ficar deitado durante uma tarde inteira fazendo absolutamente nada? Em uma tarde perdida dessas — hoje, para ser mais exato — fui assistir a MTV. Para quem não sabe, Music Television. Apesar de ser um canal de música, 90% dos programas ou são de comédia ou são reallity shows. Mesmo assim, por um lapso do destino, passava um programa sobre música.
Foi quando passou o clipe até então censurado da cantora Rihanna. O clipe é meio louco mesmo. Primeiro pelo fato de usar o sadomasoquismo de maneira divertida. Não me importa se ela curte isso, mas não precisa mostrar, não é? Aliás, por que as cantoras da atualidade tem tanta mania em mostrar coisas que não precisam ser mostradas em seus clipes?
Provavelmente começou com a Madonna. Diva, com certeza. Mas depois dela veio da Gaga e seus clipes completamente loucos. Por acaso, alguém precisava ver suas partes íntimas na televisão em horário nobre?
Outro clipe que chamou minha atenção foi o Pray, de Justin Bieber. O clipe e a música falam sobre ajudar ao próximo. Usando cenas pós-guerra e pessoas com problemas, o menino conversa e canta para as mesmas. O clipe, porém, causou tamanha discussão entre fãs e críticos. Muitos disseram que era para fazer média e auto-promoção. Os fãs, por sua vez, disseram que foi um ato de bondade.
Aí entra a história de rotular. O cantor adolescente tem uma fama de ser grosso e mesquinho com muitas pessoas. Por isso, aqueles que não gostam de seu trabalho, já criaram um rótulo dizendo que tudo que fazia era para aparecer. De verdade, não acredito nisso. A humanidade acha que julgar pessoas pelo que elas aparentam ser vai torná-las naquilo que realmente acreditam. Porém, pare para pensar... Quem vê cara, não vê coração?
Por Luísa V. Newlands

(Texto) O começo do fim

Em um universo pré-apocaliptico, pergunto-me todas os dias se algo ou alguém realmente existe. Não o fato da existência de matéria no vácuo. A existência filosófica. A essência humana. Aquilo que difere um homem de um rato. Seriam apenas seis genes?
Dentro do crânio está guardado um dos órgãos mais importantes do corpo. Não é o fato de controlar todas as ações que o faz tão relevante. O cérebro humano tem uma capacidade de reconhecer o certo e o errado. Na idade em que vivemos, em um universo cercado por tecnologias e novas descobertas, aquilo de mais sagrado parece a cada dia ser esquecido. O caráter.
Os dias parecem passar mais rápido. Somos bombardeados de novas informações quase vinte e quatro horas por dia. Nesse universo cheio de apostas e incertezas... A certeza é única. O homem não pensa em nada mais do que si mesmo.
Pare e reflita: quando uma criança, com dois anos de idade, ganha duas bonecas... Ela pensará em dar uma de presente à outra carente? Ou um jovem, quando ganha dinheiro, prefere gastar tudo para sair a noite ou doar a quem precisa? Adultos, quando recebem seus salários apenas gastam com suas próprias despesas que, a cada minuto, parecem se multiplicar?
Em um novo mundo, a sociedade mudou. Porém, desde os primórdios, o homem já se preocupava consigo unica e exclusivamente. Os anos passaram e a forma antropocêntrica de pensar apenas virou "cêntrica". Sempre seremos o centro. Sempre seremos os únicos.
E não importa se uma pequena massa de pessoas ligue para o futuro do planeta. Caminhamos para uma degradação própria. Um tiro no próprio pé. Quando pararmos para ver, da mesma forma que nos preocupávamos com apenas nossas cabeças... As outras estarão alinhadas ao chão, começando uma nova guerra. O fim dos tempos... Ou o começo de outros?
Por Luísa V. Newlands

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

(Texto) Adeus eterno

Seu olhar turvo denunciou o que viria a seguir.
Os caixos claros dançavam no ar, brincando em volta de sua cabeça. Os olhos, já escarlate devido a grande quantidade de lágrimas por eles despejadas, negavam o óbvio. Em suas mãos, o sangue tilintava. As vibrações intensificaram-se com o choro.
Por quê?, era o que ela perguntava. Ele estava ali há poucos instantes brincando ao seu lado, ignorando qualquer medo ou culpa que pudesse-lhe consumir. Agora, um buraco em seu peito era sua marca registrada. O assassino frio e mascarado se foi, levando consigo a glória e uma vida. A vida dele.
Ainda sem reação, a menina assentiu. Poderia ligar para a polícia, para uma ambulância ou para seus pais. Do que adiantaria? Agora, ele estava morto.
O brilho do seu olhar se apagou. Meras palavras não justificariam o fato. Nada valia a pena.
Ele tinha ido embora e, dessa vez... Para sempre.
Por Luísa V. Newlands