sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

(Texto) Adeus eterno

Seu olhar turvo denunciou o que viria a seguir.
Os caixos claros dançavam no ar, brincando em volta de sua cabeça. Os olhos, já escarlate devido a grande quantidade de lágrimas por eles despejadas, negavam o óbvio. Em suas mãos, o sangue tilintava. As vibrações intensificaram-se com o choro.
Por quê?, era o que ela perguntava. Ele estava ali há poucos instantes brincando ao seu lado, ignorando qualquer medo ou culpa que pudesse-lhe consumir. Agora, um buraco em seu peito era sua marca registrada. O assassino frio e mascarado se foi, levando consigo a glória e uma vida. A vida dele.
Ainda sem reação, a menina assentiu. Poderia ligar para a polícia, para uma ambulância ou para seus pais. Do que adiantaria? Agora, ele estava morto.
O brilho do seu olhar se apagou. Meras palavras não justificariam o fato. Nada valia a pena.
Ele tinha ido embora e, dessa vez... Para sempre.
Por Luísa V. Newlands

Nenhum comentário:

Postar um comentário